Canguru

Mamíferos
Família:Macropodídeos Ordem:Marsupiais

GERAL:Kangaroo, nome comum para um grupo de mamíferos encontrados na Austrália e ilhas vizinhas. Os cangurus são marsupiais, um tipo de mamífero que dá à luz a um jovem pouco desenvolvido. Nos cangurus e em muitos outros marsupiais, os jovens são carregados e nutridos em uma bolsa especial no corpo da mãe.
Mais de 50 tipos diferentes de animais estão agrupados em duas famílias de canguru. Os cangurus grandes incluem cangurus vermelhos e cangurus cinzas, cangurus de raça pequena, pademelons, e quokka; Eles pertencem à família Macropodidae. A outra família, Potoroidae, é formada por sortidas e pequenas espécies, como os vários cangurus-rato, bettongs, e potoroos. Os maiores cangurus são o canguru cinza e o canguru vermelho, que eretos podem alcançar 2 metros de altura e pesar até 85 kg. Os menores são os cangurus-rato almiscarado, animais que medem mais ou menos 31 cm, não incluindo o rabo.

Os cangurus são encontrados somente na Austrália, Nova Guiné e em algumas de suas ilhas perto da praia, como a Tasmânia. Algumas espécies haviam sido introduzidas em outros países, como o tammars na Nova Zelândia e um canguru de raça pequena no Havaí. Os cangurus vivem em todo tipo imaginável de hábitat ao longo da Austrália e Nova Guiné. Os cangurus vermelhos e cangurus cinzas são encontrados em prados, savanas, e bosques abertos. Os cangurus de raça pequena vivem no deserto meridional próximo à muralhas de rocha quase que verticais. Os Bettongs habitam em covas áridas num terreno inferior. Como seu nome sugere, cangurus das árvore são encontrados em locais elevados da floresta tropical, enquanto cangurus-rato pulam agilmente através de densos e molhados locais, situados mais abaixo. Cangurus de raça pequena com pescoço vermelho vivem em muitos hábitats, inclusive nos cumes frígidos das montanhas da Tasmânia, e o último refúgio do quokka, arriscado de extinção, é somente duas ilhas fora da costa sudoeste da Austrália. Várias espécies de cangurus são tão adaptáveis que eles são habitantes comuns nos parques públicos, jardins suburbanos, e até em campos de golfe.

Uma prova fóssil mostra que os primeiros cangurus apareceram na Austrália há mais ou menos 15 milhões de anos atrás, durante um dos quatro períodos da era Terciária. Como resultado das mudanças de clima há mais ou menos 8 milhões anos atrás, florestas tropicais da Austrália cederam lugar aos bosques e savanas abertas, e os cangurus evoluiram em muitas formas até a que nós conhecemos hoje. Os cangurus gigantes agora extintos, eretos, alcançavam 3 metros de altura e pesavam 200 kg .

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Amaioria das espécies de cangurus têm orelhas grandes e cabeças relativamente pequenas. Seus pés dianteiros pequenos têm cinco dedos de comprimento desigual, enquanto os pés de trás têm tipicamente quatro dedos. Um dos dedões em cada um dos pés traseiros tem uma garra afiada que é usada para se defender. Muitas espécies são de um colorido próximo ao pardo para combinar com seu ambiente, ajudando-os a se esconder de predadores. Os machos dos grandes cangurus são notoriamente maiores em tamanho que as fêmeas, uma característica conhecida como dimorfismo sexual.

Uma característica física que distingue cangurus de outros marsupiais é a adaptação das pernas traseiras e rabo para saltar. Em cangurus vermelhos, por exemplo, as pernas traseiras são muito grandes, aproximadamente dez vezes o tamanho dos pequenos membros dianteiros. Quando se deslocam devagar, os cangurus usam todas as quatro pernas. Quando precisam se deslocar rápido, eles elevam os músculos de suas pernas traseiras e começam a saltar. Os saltos de alguns cangurus são legendários. O deslocamento dos cangurus vermelhos em alta velocidade pode cobrir 5 m ou mais em um único salto. Eles podem alcançar velocidades de mais de 50 km/h, em períodos pequenos. A força muscular do rabo canguru, é também importante para a locomoção. Serve como um contrapeso e um leme durante um salto, e fornece apoio quando o animal se senta.

O único membro da família do canguru que não pula é o canguru-rato almiscarado. Os cientistas tentaram aprender por que o salto é tão difundido no meio dos cangurus e tão raros em outros mamíferos. Os estudos mostraram que a energia eficaz para o salto dos cangurus é, em parte, por causa da elasticidade dos tendões de suas pernas. A energia exigida para começar um salto é bastante alta, mas muito pouca energia extra é necessária para pular mais e mais rápido. Em contraste, mamíferos que caminham de quatro exigem quantias crescentes de energia com o aumento de velocidade.

REPRODUÇÃO:Como todos os marsupiais, falta aos cangurus uma placenta verdadeira, a estrutura de um útero grávido na fêmea que forneça nutrientes e remova os excesos do embrião crescente. Em vez de uma placenta totalmente desenvolvida, as fêmeas de canguru formam um tipo de bolsa de gordura no ventre. O embrião absorve os nutrientes desta bolsa durante quatro à cinco semanas e então emerge do canal de nascimento, ainda com aparência e forma de embrião mas com a parte dianteira bem desenvolvida. O animal minúsculo, pesando mais ou menos 1 g, rasteja junto ao corpo da sua mãe, indo para uma bolsa abdominal. Uma vez do lado de dentro, a prole se prende firmemente a um mamilo, sugando o leite. Ele permanecerá por lá durante vários meses até que esteja completamente formado e possa se deslocar sozinho. O canguru jovem (chamado também de Joey) pode permanecer com a mãe, subindo em sua bolsa para se alimentar ou por segurança, até que ele tenha mais que um ano de idade.

Todos os cangurus produzem um único jovem por ninhada com exceção do canguru-rato almiscarado, que usualmente produz dois jovens. Dependendo dos recursos, condições e alimento ambiental, nasce uma ninhada todo ano. Algumas espécies de canguru que vivem em regiões secas, desenvolveram a habilidade de dar cria sempre que os recursos como alimento e água sejam favoráveis. Isto pode resultar em reprodução normal ou nenhuma ninhada por alguns anos se as condições são pobres.

A inconstância de recursos na natureza contribuiu para a evolução de outra característica reprodutiva especializada em alguns cangurus. Assim que a minúscula prole emerge do útero, a fêmea pode acasalar novamente. Enquanto o recém-nascido se amamenta no mamilo na bolsa da mãe, um ovo fertilizado inicia um desenvolvimento em seu útero. O desenvolvimento do ovo fertilizado pára abruptamente quando o ovo se tornar uma bola simples, oca, com de cerca de 100 células, chamado de blastocyst. O blastocyst permanece em condição de desenvolvimento suspenso no útero da fêmea, enquanto a prole na bolsa continua a crescer. Depois da prole da bolsa estar mais amadurecida e puder deixar a bolsa da mãe (até seis ou sete meses mais tarde), o blastocyst retoma o desenvolvimento e logo emerge do útero e se desloca para a bolsa agora vazia. Esta característica reprodutiva, é chamada de diapause embrionária, capacita os cangurus a cuidar de até três ninhadas simultaneamente durante as condições desejáveis. Uma prole mais velha, desmamado ainda sob o cuidado da mãe, outra amadurecendo na bolsa, e uma terceira em desenvolvimento suspenso no útero. Caso uma condição adversa ocasione a morte do jovem desmamado, outra prole ainda estará por nascer e ser criada.

O período de tempo de vida dos cangurus maiores varia desde 12 até 18 anos nos selvagens, mas isto está muito ligado a provisão de alimento e clima. No cativeiro, os cangurus grandes são conhecidos por viverem mais que 28 anos. A espécie pequena tem um período de tempo de vida um pouco mais curto.

ALIMENTAÇÃO:A maioria dos cangurus são herbívoros, ou comedores de planta. As espécies maiores, como os cangurus vermelhos e cangurus cinzas, pastam, alimentando-se de gramas e outra vegetação nas florestas e savanas abertas. As espécies de tamanho médio que habitam a floresta como o canguru de raça pequena do pântano, canguru de árvore, e o wallaroo, comem folhas, brotos, e ramos. Os pequenos habitantes da floresta - cangurus-rato, bettongs, e cangurus-rato almiscarados, tendem a ser onívoros, comendo ambas as plantas e animais pequenos. Alguns destes moradores pequenos da floresta especializaram-se em comer cogumelos, resíduos de resina de árvores, insetos, lombrigas, e até animais mortos ou carne putrefata.
Os cangurus são semelhantes a mamíferos ungulados, ou ungulados, como o cervo e antílope, na sua habilidade de digerir planta e importar o que é alto em fibra e baixo em proteína. Como os ungulados, eles evoluíram estômagos divididos em seções múltiplas contendo bactérias que podem quebrar paredes de célula de planta e liberar o conteúdo da célula nutritiva.

COMPORTAMENTO: A vida social do canguru é mal compreendida, como mostrou poucas espécies que tinham sido estudadas em detalhe. Espécie pequena, como potoroos, bettongs, e cangurus-rato almiscarado, tendem a ser solitários e extensamente dispersados, com um território de um macho cercando o de algumas fêmeas. Os animais reúnem-se brevemente para acasalar, mãe e prole permanecem juntos somente até que o jovem possa viver por ele próprio.

Em contraste, cangurus vermelhos e cangurus cinzas são altamente sociais, formando grupos grandes, de 10 ou mais machos e fêmeas. Os machos formam uma hierarquia, baseada em grande parte, na idade e no tamanho. O macho mais dominante, tem acesso exclusivo às fêmeas para acasalar. Ele gasta muito de seu tempo vagando dentro e fora de seu "povoado", conferindo a condição reprodutiva das fêmeas e intimidando também outros machos que tentam se acasalar com elas. Um macho pode levar dez anos para alcançar o estado de "dominante" (também chamado de boomer) , mas ele permanecerá no posto por um ano no máximo. Um macho mais jovem, mais vigoroso logo o obriga a sair de sua posição e, fora de seu povoado, logo morre.

Cangurus maiores, embora ordinariamente tímidos, são perigosos quando ameaçados por rivais. Em uma forma ritualizada de luta, os cangurus se apoiam em suas próprias pernas traseiras e rabo, e esmurram seu atacante com suas patas dianteiras e dão pontapés com suas poderosas pernas traseiras.

SITUAÇÃO ATUAL:Caçadores aborígenes caçavam cangurus pela sua carne e pele mas causaram um impacto mínimo nas populações de canguru. Como os Europeus decidiram povoar o continente australiano, caçadores que juntamente com a introdução de gado que pastavam nos prados que forneciam cobertura para algumas pequenas espécies, levaram algumas populações de canguru ao declínio. Hoje alguns cangurus pequenos, mais especializados, estão ameaçados pela destruição do hábitat, que está reduzido em áreas onde esta espécie de canguru pode sobreviver. Mamíferos predatórios introduzidos na Austrália, como a raposa, cachorro doméstico, e gato doméstico, predam cangurus pequenos. Outros mamíferos introduzidos, especialmente coelhos e gado, competem com os cangurus pelos recursos de comida. Os cangurus maiores são comumente caçados e envenenados por rancheiros, que consideram eles como pestes que transbordam pela terra. Apesar destas pressões, as espécies dos cangurus maiores ainda estão prosperando. Mais ou menos dez são considerados em extinção, inclusive alguns cangurus-rato, dois cangurus de raça pequena, e dois nailtail cangurus de raça pequena.

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA: Os cangurus formam as duas famílias de canguru, Macropodidae e Potoroidae, ordem do Marsupialia. O canguru vermelho está classificado como Macropus rufus; As duas espécies de canguru cinza estão classificadas como Macropus giganteus e Macropus fuliginosus; O canguru-pedra de raça pequena como Petrogale xanthopus, o bettong como Bettongia penicillata, e o canguru-rato almiscarado como Hypsiprymnodon moschatus.