Por Natasha Romanzoti em 3.08.2011 as 16:30
Pesquisadores descobriram um comportamento inédito em mamíferos: pela primeira vez, foi relatado que uma espécie de rato evoluiu para um engenhoso método de afastar qualquer predador que tentar comê-lo.
O rato cristado africano mastiga as raízes e cascas de uma árvore altamente tóxica e, em seguida, esfrega a mistura letal na sua pele especialmente adaptada para a substância. Todos os animais que o atacarem receberão um bocado de veneno potencialmente mortal.
“A necessidade de deter os predadores levou a uma das defesas mais extraordinárias conhecidas do reino animal”, afirma Jonathan Kingdon, autor principal do estudo.
O rato cristado africano (Lophiomys imhausi) é encontrado no nordeste do continente, e os cientistas acreditam há muito tempo que é venenoso: tem havido vários relatos de cães domésticos que morreram depois de tentar mordê-lo.
A toxina que o rato usa vem da árvore venenosa Acokanthera schimperi. Tradicionalmente, este veneno é usado por caçadores para matar elefantes. Ou seja, o que impressiona a equipe de cientistas é a forma como o roedor é capaz de sobreviver a uma dose da toxina.
Quando longe do perigo, o roedor se parece com um rato de pelo longo cinza. No entanto, quando se está sob ataque de animais, como gatos selvagens e leopardos, ele não foge, pois é extremamente lento. Em vez disso, o rato congela, e expõe um pelo preto e branco listrado que corre pelo seu flanco – é esta a pele “encharcada” em veneno.
“O veneno é orgânico. Nós todos temos quantidades mínimas dele em nossos corpos, que controla a força do batimento cardíaco. Mas se você tem muito, seu coração bate com tanta força que você tem um ataque cardíaco”, explica Kingdon.
Uma análise mais atenta revelou que estes pelos do flanco do rato tem uma estrutura incomum, completamente sem precedentes em qualquer outro animal.
A microscopia mostrou que os pelos nas costas elaboram um veneno muito parecido com o pavio de uma vela, garantindo que cada pelo fique saturado com uma dose tão grande de veneno quanto possível. O resto dos pelos do rato tem uma estrutura mais típica dos mamíferos.
Os pesquisadores acreditam que a exibição elaborada do pelo é atraente para os predadores. “À medida que o predador corre e tenta fazer a sua primeira mordida, o rato garante que o flanco seja a primeira coisa que o predador encontra, graças a sua coloração”, fala Kingdon.
A tática parece bem sucedida: se o predador não morre de envenenamento, é improvável que queira dar uma mordida no rato novamente.
O único animal que usa um truque semelhante é o ouriço. Às vezes o animal mata um sapo e morde suas glândulas, esfregando a mistura tóxica em seus espinhos. No entanto, o veneno parece aumentar o desconforto que seus espinhos causam, ao invés de ter um efeito letal sobre seu predador.
O próximo passo da pesquisa é descobrir mais sobre esta relação evolutiva incomum entre planta, predador e presa.
Os cientistas também estão ansiosos para descobrir como e por que este rato é capaz de resistir a tal veneno, quando tantos outros animais não conseguem.
A equipe disse que isso pode ter implicações médicas interessantes. Isolar a parte do veneno que ajuda na batida do coração e identificar os componentes fisiológicos do rato que o impedem de morrer da toxina poderia levar a novos tratamentos para problemas cardíacos.
BBC
http://hypescience.com/
Pesquisadores descobriram um comportamento inédito em mamíferos: pela primeira vez, foi relatado que uma espécie de rato evoluiu para um engenhoso método de afastar qualquer predador que tentar comê-lo.
O rato cristado africano mastiga as raízes e cascas de uma árvore altamente tóxica e, em seguida, esfrega a mistura letal na sua pele especialmente adaptada para a substância. Todos os animais que o atacarem receberão um bocado de veneno potencialmente mortal.
“A necessidade de deter os predadores levou a uma das defesas mais extraordinárias conhecidas do reino animal”, afirma Jonathan Kingdon, autor principal do estudo.
O rato cristado africano (Lophiomys imhausi) é encontrado no nordeste do continente, e os cientistas acreditam há muito tempo que é venenoso: tem havido vários relatos de cães domésticos que morreram depois de tentar mordê-lo.
A toxina que o rato usa vem da árvore venenosa Acokanthera schimperi. Tradicionalmente, este veneno é usado por caçadores para matar elefantes. Ou seja, o que impressiona a equipe de cientistas é a forma como o roedor é capaz de sobreviver a uma dose da toxina.
Quando longe do perigo, o roedor se parece com um rato de pelo longo cinza. No entanto, quando se está sob ataque de animais, como gatos selvagens e leopardos, ele não foge, pois é extremamente lento. Em vez disso, o rato congela, e expõe um pelo preto e branco listrado que corre pelo seu flanco – é esta a pele “encharcada” em veneno.
“O veneno é orgânico. Nós todos temos quantidades mínimas dele em nossos corpos, que controla a força do batimento cardíaco. Mas se você tem muito, seu coração bate com tanta força que você tem um ataque cardíaco”, explica Kingdon.
Uma análise mais atenta revelou que estes pelos do flanco do rato tem uma estrutura incomum, completamente sem precedentes em qualquer outro animal.
A microscopia mostrou que os pelos nas costas elaboram um veneno muito parecido com o pavio de uma vela, garantindo que cada pelo fique saturado com uma dose tão grande de veneno quanto possível. O resto dos pelos do rato tem uma estrutura mais típica dos mamíferos.
Os pesquisadores acreditam que a exibição elaborada do pelo é atraente para os predadores. “À medida que o predador corre e tenta fazer a sua primeira mordida, o rato garante que o flanco seja a primeira coisa que o predador encontra, graças a sua coloração”, fala Kingdon.
A tática parece bem sucedida: se o predador não morre de envenenamento, é improvável que queira dar uma mordida no rato novamente.
O único animal que usa um truque semelhante é o ouriço. Às vezes o animal mata um sapo e morde suas glândulas, esfregando a mistura tóxica em seus espinhos. No entanto, o veneno parece aumentar o desconforto que seus espinhos causam, ao invés de ter um efeito letal sobre seu predador.
O próximo passo da pesquisa é descobrir mais sobre esta relação evolutiva incomum entre planta, predador e presa.
Os cientistas também estão ansiosos para descobrir como e por que este rato é capaz de resistir a tal veneno, quando tantos outros animais não conseguem.
A equipe disse que isso pode ter implicações médicas interessantes. Isolar a parte do veneno que ajuda na batida do coração e identificar os componentes fisiológicos do rato que o impedem de morrer da toxina poderia levar a novos tratamentos para problemas cardíacos.
BBC
http://hypescience.com/
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