A cor original do besouro, de 47 milhões de anos, foi reconstruída usando detalhes microscópicos.
Fósseis de besouros, datados entre 15 e 47 milhões de anos, refletem as cores amarelo, verde, azul, vermelho, e outros tons metálicos devido à interferência da luz. As tonalidades dependem de duas variáveis: a própria estrutura e o índice de refração da cutícula das asas do besouro, ou seja, a quantidade de luz é dobrada, ou retardada, à medida que passa através de um material.
A manipulação de luz foi obtida com "camadas muito finas, milionésimos de um metro, da cutícula das asas do besouro", explicou McNamara, pós-doutorada de investigação no Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de Yale.
"Nossos resultados mostram que as cores dos fósseis de besouros foram alteradas durante o processo de fossilização", afirma Maria McNamara ao Discovery News.
"Em particular, as cores foram deslocados para a extremidade vermelha do espectro - não completamente, mas o suficiente para fazer, por exemplo, um besouro anteriormente azul mais verde, e um besouro amarelo anteriormente mais laranja", acrescentou McNamara.
Uma análise microscópica mostra que a estrutura do besouro não foi alterada durante a fossilização. "Estes resultados permitirão a observação de cores metálicas originais a serem identificadas em fósseis de insetos fornecendo evidências da evolução da cor estrutural", concluíram os pesquisadores.
O pesquisador do Museu Japonês de História Natural, Gengo Tanaka, também estudou a cor besouros fossilizados e acredita que McNamara e sua equipe "marcaram a paleontologia", dada a possibilidade futura de recriação das cores originais.
O líder de pesquisa na Universidade de Oxford e The Natural History Museum, de Londres, Andrew Parker, é um dos principais especialistas em cores no mundo pré-histórico. "Estou muito ansioso para observar os estudos que adicionam detalhes de cor para a escala de tempo geológico. Isso nos informa que as interações que envolvem uma miríade de cores que vemos hoje - a corrida armamentista entre predadores e presas, e as de sinalização para um parceiro em potencial dentro de membros da mesma espécie – se estende ao longo do tempo”.
A grande questão é: “Quando é que o mundo se tornou um lugar tão colorido?” "A resposta é a origem dos olhos de um predador que pode ter uma grande influência sobre a dinâmica de todo um ecossistema" respondeu Parker. "Isso parece ocorrer há 520 milhões de anos, com o predador orientado, provavelmente provocando a nova explosão cambriana".
E ainda acrescenta: "Depois disso, outras inovações afetaram a corrida armamentista visual, tais como a evolução do vôo nos predadores e nas presas”.
Os fósseis tendem a oferecer uma visão em preto e branco do passado, mas novas pesquisas sobre besouros pré-históricos trazem insetos com cores metálicas de volta a vida real. As cores dos fósseis nem sempre podem ser vistas a olho nu. Pesquisadores, no entanto, agora são capazes de revelar os tons há muito tempo perdidos, estudando as bases estruturais e químicas da cor original do indivíduo.
Qui, 15 de Dezembro de 2011 21:54
Paolla Arnoni
fonte:http://www.jornalciencia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1207%3Afosseis-de-besouros-pre-historicos-ostentam-cores-metalicas
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