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quinta-feira

Drama na floresta em Madagascar: um grito para salvar o indri

14:00, 6 de julho de 2011
Haroldo Castro
Bedo tinha muitas habilidades: era extrovertido e habilidoso com os estrangeiros, aprendia idiomas com facilidade e conhecia tudo sobre os lêmures da região. Qualquer visitante que chegasse à Reserva Especial Indri em Andasibe nos anos 1980 procurava Bedo para ser seu guia na floresta. Sempre encontrava os animais, mesmo quando escondidos no mato, e clamava por mais proteção para a reserva.

A fama de Bedo – e seu sucesso financeiro, uma vez que os estrangeiros pagavam bem seu serviço – lhe custou a vida. Em 1989, quatro habitantes de Andasibe saíram embriagados do bar da estação ferroviária e o encontraram sozinho. “Eles atacaram meu irmão, pois tinham muita inveja dele”, conta Maurice Ratsisakanana. “Bedo ficou desacordado com as pancadas recebidas na cabeça e os bandidos jogaram o corpo no rio”. O jovem guia, que tinha tudo para sair da pobreza e ser um líder na sua comunidade, morreu afogado.

Não cheguei a conhecer Bedo – minha primeira visita a Andasibe data de 1993, quatro anos depois de sua morte – mas conversei muitas vezes com três de seus irmãos Maurice, Patrice e Luc, e com sua irmã Marie. Juntos, visitamos seu túmulo no meio da floresta e ouvi a estória do assassinato um par de ocasiões. Os irmãos o consideram como um verdadeiro mártir da reserva de Andasibe.

Na entrada da Reserva Especial de Andasibe, Patrice Ratsisakanana (centro), Raymond Nirina e um membro da Associação de Guias de Andasibe.

Foi dessa maneira trágica que a Associação de Guias de Andasibe (AGA) teve origem em 1992. Os irmãos de Bedo, o presidente da AGA Raymond Nirina e mais alguns aliados decidiram que deveriam homenagear o trabalho do falecido e criaram a organização. “Bedo foi e sempre será quem nos inspirou a abraçar a profissão de guia turístico. Seguimos até hoje seu exemplo e sua visão”, afirmou com emoção Nirina.

Para quem quer entrar em uma floresta desconhecida para observar a fauna particular da reserva de Andasibe, um guia turístico é mais importante que uma garrafa de água mineral. As trilhas são ardilosas e os animais sabem se camuflar. Ter um bom guia ao lado significa descobrir alguns dos mistérios da floresta e observar animais que poderiam passar despercebidos.

A vila de Andasibe está situada a 140 km da capital de Madagascar, Antananarivo. A estrada sinuosa, embora asfaltada, é percorrida em três horas. Quem quiser passar um ou dois dias na natureza e observar espécies emblemáticas de Madagascar não pode deixar de fazer esse desvio. Por sua fácil localização, o parque recebe entre 25.000 e 30.000 visitantes anuais e quando o secretario geral da ONU Kofi Annan visitou o país em março de 2006, seu roteiro também incluiu Andasibe.

Madrugamos em Antananarivo, vimos o sol nascer na estrada e chegamos ao parque antes das 9h00. Nirina havia congregado seu grupo e todos estavam uniformizados e enfileirados, à espera dos visitantes. Orgulhoso de sua associação de mais de 20 guias profissionais e 15 estagiários, Nirina, em um excelente francês e bom inglês, explicou a importância do parque, as normas para a visita e algumas características dos lêmures.
O animal mais procurado na Reserva Especial Andasibe é o lêmur indri.

O mais famoso habitante dessa pequena reserva de 8 km2 é o indri, o maior de todos os lêmures. É também um dos mais fofos, pois seu focinho de cachorro e corpo gordinho e peludo, preto e branco como um panda, faz com que todo visitante se apaixone pelo primata. O indri pesa apenas sete quilos, mas seu canto alto e estridente chega a assustar os desavisados.

Entrei no mato com Nirina. Subimos a colina escolhida pelos indris como morada e o guia afinou seus ouvidos e sua visão.

Demorou apenas 15 minutos e o guia sussurrou a frase tão esperada. “Estão no alto daquela árvore, comendo folhas”. Confortavelmente sentados em forquilhas, quatro indris estavam degustando, com serenidade, a primeira refeição do dia. Seus dedos, quase humanos, agarravam pequenos galhos, envergando-os em direção à boca.

Mas a foto que eu queria era impossível: os primatas estavam distantes e em contra luz. “Vão ficar no topo da árvore pelo menos 30 ou 40 minutos”, avisou Nirina, perguntando sutilmente se eu estava disposto a esperar que os animais mudassem de posição. Respondi que ele deveria continuar a visita com os visitantes e que eu conhecia o caminho de volta à trilha principal.
O indri possui um focinho como o cachorro e seu corpo gordinho e peludo, preto e branco, parece o do panda.
Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/viajologia/


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