O Juruena, no Mato Grosso, desfila em suas águas e nas margens todos os tons de sua natureza
Um encontro com os bichos na cheia do Rio Juruena, no Mato Grosso. Essa é a atração do Terra da Gente deste sábado (25/05). A aventura mostra até uma disputa de peso, entre o homem e um jacaré. É preciso correr para embarcar o jaú antes do bote do predador. Essa emoção vivida pela equipe do programa foi registrada em detalhes, com imagens até embaixo d'água. Pensa que acabou? Tem ainda uma cobra que assusta e diverte todo grupo. Ela se aproxima do barco, flutua sobre a água, e causa tumulto entre os pescadores. E como não podia deixar de ser, claro, tem boas fisgadas: jaús, cachorras, bicudas e até tucunarés, que não costumam aparecer muito na cheia. Em terra firme, as belas imagens ficam por conta de uma visita à Ilha do Estirão. No passado, o lugar era usado para o garimpo. Hoje, a busca é por outro tesouro: as aves, que enchem de cor a floresta. Joias raras que só existem na Amazônia e que encantam os observadores. Na Hora do Rancho, apenas para algumas praças, haverá a apresentação de uma sobremesa de origem espanhola chamada “Leite Frito”. A receita, na íntegra, está no portal.
TG 761 – Rio Juruena
Por dentro da floresta alagada
Caras e cores é o que não falta no Rio Juruena, com mais de 1.200 quilômetros de extensão. Ele segue em direção ao Norte do Estado do Mato Grosso e boa parte de seu percurso é cercado pela floresta amazônica. Uma das características de seu leito é a grande concentração de ilhas. São centenas delas. É preciso muita experiência para não se perder no labirinto que se forma na mata.
E como será a vida selvagem em cada um desses lugares? A equipe do TG desembarca em uma delas: a Ilha do Estirão, com quase 7 quilômetros de extensão. É uma das maiores da região. No passado, o lugar era usado para o garimpo. Hoje, a busca é por outro tesouro: as aves, que enchem de cor a floresta. São joias raras que só existem na Amazônia e que encantam os observadores.
Em uma das árvores algumas araras-vermelhas dão vida a galhos despidos. E na árvore ao lado, as canindé se fartam de pequenos frutos. Os bicos fortes agem com delicadeza ao retirar a casca e deixar apenas o fruto à mostra. As espécies de araras e papagaios são muitas.
Com a chuva um bando de barriga-vermelha fica calminho, facilitando a visualização. Aves de rapina também existem aos montes na região. O mais frequente nas árvores ao redor é o gavião-de-anta. No alto das copas, o gralhão exibe seu visual imponente.
No caminho, uma figueira carregada de frutos maduros parece um excelente ponto de observação. Mas não é só ela que merece atenção. Sem perceber, a equipe do TG se vê em cima de um formigueiro gigante. As saúvas tomam conta das mochilas. Ao redor da figueira, um japu-açu aparece. Quando canta, ele se inclina para baixo até quase ficar na vertical. O bico de duas cores é usado para analisar minuciosamente as folhas da palmeira.
De repente, um show de cores. É o tucano-de-bico-preto que aparece para aproveitar os frutos da figueira. De repente a equipe do TG encontra uma outra espécie de pica-pau, que só existe na Amazônia. É o pica-pau-chocolate, que recebe este nome por causa da cor de sua plumagem. O bicho, que gosta comer larvas de insetos, mostra que também aprecia muito as frutas. Literalmente fica de pernas para o ar ao devorar o alimento valioso e disputado, que enche os ramos da figueira.
Tucunarés "temporões"
Na cheia, a neblina deixa o Rio Juruena ainda mais fascinante. E chega a hora de ir atrás dos peixes. A equipe do TG sai em busca dos tucunarés, que não costumam aparecer neste período. A empreitada é em companhia dos pescadores esportivos Cléber Ferreira e Sidney Martins. O grupo chega a entrar em um igapó, que é a floresta alagada. Mas a dificuldade para os arremessos é grande. Primeiro a equipe começa com as iscas de superfície, mais barulhentas. A intenção é atrair os peixes que estão no mato. Mas a estratégia não dá resultado. Isso obriga os pescadores a escolher iscas que possam trazê-los mais à tona. Elas simulam um peixinho vasculhando o fundo. E aí os tucunarés temporões aparecem. Todo mundo no barco garante o seu.
Satisfeitos com o resultado, o grupo continua com os arremessos na saída de uma lagoa e outras espécies aparecem: bicudas, jaús e cachorras, que agitam os pescadores.
Perigo nas águas
A cheia muda o ritmo da vida na floresta. E o Rio Juruena acaba não sendo lugar exclusivo dos peixes. O registro rápido de uma anta mostra que até mamíferos circulam entre as margens e as ilhas. E mesmo bichos conhecidos por rastejar, mostram muita habilidade na água. É o caso de uma serpente caninana, com mais de dois metros. Ela parece flutuar. Chega tão perto do barco que causa tumulto entre os pescadores. A espécie não é venenosa. Apesar disso, tem fama de ser agressiva. Todo cuidado é pouco. Mas ela também acaba fugindo da equipe do TG e se protegendo fora d'água.
Outro réptil encontrado gosta mesmo é de ficar dentro do rio. Enquanto a equipe do TG pesca um jaú, um jacaré observa a movimentação com calma. O peixe é fisgado e o jacaré se aproxima. Com a ajuda de uma câmera subaquática dá para ver os detalhes do bicho, os dentes, as unhas. Ele nota que o jaú fisgado é uma presa fácil e tenta a sorte. Mas o pescador Sidney Martins puxa o jauzinho para dentro do barco antes do bote.
A natureza, preservada, sempre impressiona. Seja pelos animais que se apresentam onde se espera apenas peixes, seja pela surpresa de ser premiado com uma espécie fora da época em que ela costuma aparecer. E tem ainda o prazer de observar milhares de cores que deixam a mata em outros matizes. A proximidade com a vida selvagem tem um valor incalculável. E o Rio Juruena, no Mato Grosso, é um lugar onde é fácil ter experiências que esbanjam esta riqueza.
Agradecimento:
PARQUE NACIONAL DO JURUENA - ICMBio
fonte:http://www.terradagente.com.br/noticias/NOT,0,0,846517,Os+matizes+no+entorno+de+um+rio--.aspx
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