28/10/09 - 13h49
Em Tejuçuoca, dona de casa dá banho com sabão de coco.
Para evitar acúmulo de gordura, 80 animais fazem hidroginástica.
Para evitar acúmulo de gordura, 80 animais fazem hidroginástica.
O bode Bitito é a companhia de dona Antônia, até dentro de casa. Ela dá banho nele uma vez por semana, com sabão de coco. Ele é o xodó da família. "É como se fosse gente", diz Antônia.
"O bode realmente está na vida de todas as pessoas, todo mundo come carne de bode, todo mundo bebe leite de cabra e eu acho isso muito importante. O bode aqui é personalidade", conta o ecólogo e artista plástico Eliseu Joca.
E às vezes ele até rende um dinheirinho. A cidade tem uma associação de criadores, de olho em algo mais. "Atualmente nós estamos trabalhando com processamento de carne, produzindo embutidos como linguiça, além de hambúrgueres e almôndegas de bode", diz uma tecnóloga.
Dona Maria da Penha é criadora e tem cuidados especiais com os animais. Ela vende os machos, cheia de dó, e ainda aproveita o leite das cabras. "Sou entusiasmada com esses bichinhos porque meu avô criava muito sabe? Eu achava tão bonito, e dizia: ainda vou possuir uns bichinhos", lembra.
Tem até um bode que dá leite. E atende pelo nome de Cheiroso. O dono do animal, Francisco Orlando Mesquita, disse que já sabia da "novidade" e garante que o Cheiroso já é pai. Quem já provou jura que o leite é igual ao de qualquer cabra. Ele nunca foi examinado, mas os veterinários desconfiam que o animal tem problemas com hormônio. Ele custou R$ 300 e virou atração nas redondezas.
Já na propriedade do criador Reginaldo Rocha, 80 bodes fazem até hidroginástica. "É para evitar acúmulo de gordura", diz. Bode sarado vale mais na praça e pode chegar a viver dez anos - cerca de três a mais que o normal.
Mas, de todos os bodes do Ceará, nenhum fez tanto sucesso quanto o Ioiô. Ele tinha fama de boêmio, dizem que gostava da mulherada e até entrou para a política. "A história mais famosa dele é que talvez tenha sido eleito vereador de Fortaleza em uma época em que as pessoas não estavam gostando do panorama político local", diz a monitora do Museu do Ceará, Janaína Muniz Cavalcante. O animal morreu há 78 anos, foi empalhado e hoje é destaque no museu, em Fortaleza.
0 comentários:
Postar um comentário