A foto acima é chocante – quem comeu quem? Mal dá para saber.
O que aconteceu ali foi que uma jovem serpente tentou comer uma centopeia mais velha. A cobra conseguiu engolir a centopeia viva, mas, em seguida, o artrópode reagiu, tentando escapar do corpo do réptil mastigando-o até abrir um buraco.
Sério. De verdade. Essa cena bizarra foi observada pela herptóloga sérvia Ljiljana Tomovic na Macedônia, no Lago Prespa, numa região conhecida como “Ilha da Serpente” (por uma boa razão). A cobra gravemente subestimou o tamanho e a força da centopeia, mas a história não terminou bem para o bichinho, que morreu provavelmente por ter entrado em contato com o veneno da serpente. Ainda assim, foi uma bela lição para a cobra, acreditamos.
E ela não é a única que já se deu mal por tentar morder mais do que podia mastigar. Confira outros bons exemplos:
Homicídio duplo
Esta cobra coral (Micrurus ibiboboca) se asfixiou ao tentar comer uma serpente-olho-de-gato-anelada (Leptodeira annulata), que também se asfixiou, porque estava presa dentro do corpo da cobra coral.
Embora pareça bizarro uma cobra tentar comer outra, aparentemente, algumas espécies de serpentes realmente predam outras de sua subordem. Estudos de laboratório mostram que, quando elas caçam com sucesso, a presa fica “amassada em forma de ondas” dentro do corpo da predadora. Entre outras coisas, é possível que a cobra coral deste exemplo trágico não tenha conseguido dobrar o corpo da serpente-olho-de-gato-anelada em ondas.
Répteis nada espertos
Essa foto, ao lado de um raio-X, mostra uma cobra falsa-coral (Oxyrhopus petolarius) que tentou comer uma lagartixa doméstica. Pesquisadores brasileiros receberam a cobra viva em julho de 2012 e a colocaram em um terrário, onde o animal tentou, sem sucesso, regurgitar sua grande refeição. Ela morreu na manhã seguinte.
As cobras, por vezes, morrem tentando comer coisas que são grandes demais para elas. Isso acontece na maioria das vezes com serpentes jovens. Os cientistas pensam que as mais novas sobre-estimam suas próprias habilidades, ou são forçadas a tentar comer presas maiores quando não conseguem encontrar nada pequeno.
Sapos x crocodilos
Em meados da década de 2000, australianos que viviam no rio Victoria Gorge começaram a relatar massas de crocodilos-de-água-doce mortos (Crocodylus johnstoni). Eles provavelmente morreram tentando comer sapos-cururus.
Em 1935, agricultores australianos trouxeram sapos-cururus da América do Sul para Queensland, esperando que eles comessem besouros que estavam destruindo campos de cana de açúcar. Os sapos não só não comeram os besouros, como estragaram o ecossistema único da ilha. Eles se tornaram um clássico exemplo de por que é uma má ideia introduzir novos animais em um ambiente delicado.
Os sapos são venenosos, mas os pobres predadores da Austrália inicialmente não perceberam isso. Algumas espécies, desde então, aprenderam a evitar os anfíbios. Em 2008, uma equipe de três biólogos da Universidade de Sydney descobriu que os locais das mortes em massa dos crocodilos combinavam com uma “invasão de sapos-cururus”. As populações reptilianas chegaram a despencar em até 77% depois da chegada dos sapos.
Contra espinho, não há cobra
Este é o corpo de uma cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix), perfurado pelos espinhos de um peixe-gato-cabeçudo-castanho (Ameiurus nebulosus). Biólogos descobriram a cobra junto com algumas de suas companheiras infelizes em um pântano na Bósnia e Herzegovina. Elas são nativas da região, mas o peixe não, o que certamente lhe conferiu uma vantagem. [NBCNews, POPSCI]
fonte:http://hypescience.com/quando-o-olho-dos-predadores-e-maior-do-que-a-barriga/
por Natasha Romanzoti
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