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quinta-feira

10 estranhas defesas naturais

Na natureza, quando um animal é ameaçado, ele pode ter uma de duas reações: fugir ou lutar. Para qualquer uma dessas ações, entretanto, a natureza inventou uma série de mecanismos diferentes e surpreendentes para ajudá-los. Veja 10 das maneiras mais estranhas que a seleção natural privilegiou diferentes animais ao longo da evolução:

10. Peixe-voador


Tem bastante bicho que voa, e um deles é um peixe. Os peixes-voadores são capazes de saltar para fora da água e planar por longas distâncias, um mecanismo usado para escapar de predadores.
Sua forma corporal é semelhante à de um torpedo, e ajuda-o a ganhar energia suficiente para atravessar a superfície da água com velocidades de até 60 km/h. As nadadeiras peitorais evoluíram em grandes asas que permitem que se sustente no ar. Uma vez lá, ele pode planar por até 200 metros, usando a nadadeira da cauda como um tipo de hélice. No Japão, em 2008, foram observados peixes voadores planando por um tempo recorde de 45 segundos.

9. Peixe-bruxa


Considerado um “fóssil vivo”, o peixe-bruxa existe há cerca de 300 milhões de anos, e é o único animal que tem crânio, mas não tem coluna vertebral. Quando incomodado, ele expele uma gosma nojenta em seus predadores. Se misturada com água, a gosma expande e pode chegar a 20 litros.
Essa “substância” cria um tipo de distração enquanto o predador tenta sair da mesma. Além disso, o peixe-bruxa cria um nó no próprio corpo, que permite que ele escape das garras (ou presas) do predador. A gosma pode até mesmo afogar um peixe, por que se acumula nas brânquias.
No vídeo acima, vemos um peixe-bruxa se livrando de um tubarão desta forma. A melhor cena pode ser vista a um minuto e 30 segundos da filmagem. A gosma liberada pelo peixe-bruxa é composta de filamentos finíssimos, que são 10 vezes mais fortes que o nylon, e de grande interesse para os cientistas, que acham que ela pode ser usada para fazer roupas.

8. Besouro da batata

O besouro da batata desenvolveu uma maneira estranha de evitar virar o lanche de insetos maiores. A larva se cobre com as próprias fezes. As fezes são tóxicas e o cheiro ruim afasta predadores.
O besouro se alimenta da erva-moura ou mata-cavalo, e reutiliza as substâncias tóxicas produzidas pelas fezes. Esta defesa é chamada de escudo fecal.

7. Caranguejo boxeador

Quando detecta uma ameaça, o caranguejo boxeador utiliza socos poderosos das suas pinças, com anêmonas presas a elas. Elas parecem com pompons, mas podem ser fatais para outras criaturas marinhas, por conta de seu ferrão venenoso. O caranguejo abana suas garras quando ameaçado, para afastar o perigo.
Este é um caso de benefício mútuo: o caranguejo ganha um mecanismo de defesa que afasta a maioria dos outros anais, e a anêmona ganha mobilidade, além de conseguir mais alimento. Quando não tem uma anêmona por perto, o caranguejo usa esponjas e corais.

6. Rolieiro eurasiano

Semelhante ao besouro da batata, os filhotes do rolieiro eurasiano se cobrem com seus próprios fluidos corporais para evitar se tornar comida de algum animal faminto. Só que desta vez é o vômito que faz o escudo. Os filhotes cobertos de vômito tem um cheiro horrível, o que diminui suas chances de serem devorados.
Outra coisa interessante é que os pais sentem o cheiro do vômito e voam rapidamente de volta para o ninho para afastar a ameaça, geralmente uma ave de rapina ou cobra. É a única ave que foi observada usando o vômito como forma de comunicação.

5. Pepino-do-mar


Provavelmente o sistema de defesa mais nojento é o do pepino-do-mar. Quando ele é atacado, seu corpo se contrai violentamente, e ele expulsa o sistema digestivo pelo ânus. Em algumas espécies, os intestinos são tóxicos, contendo uma substância química chamada holoturina. O predador fica confuso e pode até mesmo ser morto.
E se você acha que isto prejudica o pepino-do-mar, pode esquecer. O sistema digestivo se refaz em pouco tempo. O pepino-do-mar é capaz de regenerar qualquer parte perdida em seis semanas.

4. Urubu-de-cabeça-vermelha

Quando abordado por um predador faminto, o urubu-de-cabeça-vermelha regurgita todo o conteúdo de seu estômago. Isto pode servir como oferta de comida, ou fazer o predador fugir, por conta do odor desagradável. O urubu também pode, por conta disso, fugir mais rapidamente, já que está mais leve.
Embora a maioria dos predadores se afaste, alguns animais famintos podem realmente devorar o vômito, apesar de ser extremamente ácido e poder queimar.

3. Polvo Japetella heathi


Este polvo só é encontrado nas profundidades oceânicas entre 600 e 1.000 metros, e se adaptou para fugir de dois tipos de predadores letais – os que caçam procurando por silhuetas nas águas mais claras, e os que usam sua própria bioluminescência.
Para evitar a formação de uma silhueta, o polvo é quase que completamente transparente, exceto por seus olhos e intestinos. Além disso, são refletivos, o que diminui sua sombra. Desta forma, a luz passa através da criatura, diminuindo sua visibilidade.
Entretanto, esta é uma desvantagem contra predadores com bioluminescências, como o peixe tamboril, pois permite que ele o detecte facilmente.
Para evitar o tamboril, assim que percebe sua luz, o polvo ativa seus pigmentos cutâneos. Estes permitem que ele mude sua cor para vermelho em menos de um segundo, reduzindo grandemente sua refletividade. Desta forma, ele fica invisível para o tamboril e outros peixes com iscas luminosas sobre a cabeça. Quando a ameaça se vai, o Japetella heathi volta a ser transparente.

2. Salamandra-de-costelas-salientes

Já vimos o sapo que quebra as próprias costelas e as faz atravessarem a pele, mas a salamandra-de-costelas-salientes levou esta habilidade ao nível da arte. Este animal, encontrado na Península Ibérica e no Marrocos, quando se sente ameaçado empurra suas costelas através da pele, por tubérculos no lado do corpo. Estas costelas funcionam como armas para afastar atacantes. Apesar do rompimento da pele, o processo não causa dor à salamandra.
Para conseguir esta proeza, o animal afasta as costelas da espinha, aumentando seu ângulo para cinquenta graus. A pele é esticada e os ossos a rasgam. Ao mesmo tempo, uma substância venenosa é secretada pelos poros. As costelas espinhentas furam a pele do atacante e o veneno, que pode ser letal, penetra seu corpo.

1. Formiga explosiva da Malásia

Diferente da salamandra-de-costelas-salientes, que não é muito afetada pelo próprio mecanismo de defesa, a formiga explosiva da Malásia defende a colônia explodindo o próprio corpo – e morrendo, portanto. Duas enormes glândulas carregadas de substâncias tóxicas estão localizadas ao longo do corpo da formiga. Quando atacada, ela contrai violentamente seus músculos, estourando suas glândulas cheias de fluido, que escapam pela cabeça, em direção ao seu alvo.
A substância que é jogada sobre o atacante é grudenta e venenosa, atrapalhando seus movimentos e causando extrema irritação e corrosão. O atacante tem sua mobilidade limitada e pode até morrer.

Bônus: Rã-da-floresta


A rã-da-floresta (Rana sylvatica) tem uma habilidade interessante: ela é capaz de voltar à vida depois de ser completamente congelada, e ficar sem qualquer atividade cerebral ou cardíaca. Esta estranha adaptação funciona como uma defesa contra o frio extremo das regiões setentrionais em que ela vive.
Durante o inverno, quando sua temperatura cai bem abaixo do limite regulatório, o cérebro da rã instrui o fígado a produzir quantias enormes de glucose, que funciona como anti-congelante. A glucose evita que cristais de gelo muito grandes se formem, impedindo que células e vasos sanguíneos sejam rompidos.
A rã pode ficar congelada durante semanas, até que uma mudança na temperatura permita que se descongele. Os músculos cardíacos, que foram protegidos por uma enorme quantia de glucose, subitamente retornam à vida movimentando-se ao mesmo tempo. É gerada assim uma descarga elétrica que faz com que seu coração receba um pulso de energia que o faz bombear novamente. O sangue começa então a circular pelo corpo da rã e, depois de alguns minutos, ela volta ao normal.[Listverse]


fonte:http://hypescience.com/10-estranhas-defesas-naturais/
Por Cesar Grossmann
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