Camuflada sobre rochas e areia, a Pseudocerastes urarachnoides deixa a ponta de sua cauda (que, como você pode ver na foto, tem um formato peculiar) à mostra, para atrair pássaros desavisados. Quando a ave percebe que se trata de uma armadilha, porém, já é tarde demais: em uma fração de segundo, o predador se transforma em presa.
Em 1968, o Museu de Campo de História Natural de Chicago (EUA) recebeu um exemplar dessa cobra, típica do Irã. Como não havia outra para comparar, não se sabia se a ponta da cauda era uma mutação, um tumor ou uma característica da espécie, que ficou praticamente esquecida por quase 40 anos.
A P. urarachnoides voltou aos holofotes da ciência em 2003, quando o pesquisador iraniano Hamid Bostanchi conseguiu capturar mais um exemplar. Uma análise rápida reforçou a ideia de que a peculiar ponta da cauda era uma característica própria da espécie – isso foi confirmado cinco anos mais tarde, quando outro cientista, Behzad Fathinia, conseguiu uma P. urarachnoides viva.
Para testar a utilidade da suposta isca, Fathinia colocou a cobra e uma galinha no mesmo ambiente. A cobra se manteve estática, movendo apenas a ponta da cauda. Para a infelicidade da ave, a estratégia da P. urarachnoides funcionou.
Contudo, a origem dessa formação permanece um mistério. Afinal, se tantas cobras conseguem sobreviver com “iscas” mais simples, por que teria surgido (e prosperado) uma versão mais complexa?[National Geographic]
fonte:http://hypescience.com/a-cobra-com-cauda-em-forma-de-aranha/
Por Guilherme de Souza
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