O Chionodraco rastrospinosus, ou peixe ocelado, vive em um ambiente extremo: os mares gelados que cercam a Antártida, a cerca de 1.000 metros de profundidade. Mas esta não é a sua característica mais notável; esse animal possui sangue transparente.
A cor vermelha do sangue é dada pela hemoglobina, uma proteína que transporta o oxigênio para os tecidos que necessitam do mesmo. O peixe ocelado não tem hemoglobina, e seu sistema circulatório é modificado para funcionar dessa forma: o coração é bem maior e bombeia o sangue a uma taxa cinco vezes maior que a de um peixe comum.
Mas como é que o oxigênio chega nos tecidos? O oxigênio pode ser dissolvido no plasma, e a baixas temperaturas, ele se dissolve mais facilmente. Além disso, os músculos do peixe conseguem absorver oxigênio dissolvido. Isto, associado ao metabolismo lento, faz com que o peixe consiga sobreviver sem ter hemoglobina.
O nosso sangue também tem oxigênio dissolvido no plasma, mas a hemoglobina aumenta em 70 vezes a capacidade de transporte de oxigênio do sangue.
Ainda não se sabe como ou por que o peixe acabou evoluindo para um sistema circulatório sem hemoglobina, mas este mistério pode ser solucionado em breve. Pescadores de krill (espécies de animais invertebrados semelhantes ao camarão) levaram um casal destes peixes para o Tokyo Sea Life Park (Parque de Vida Marinha de Tóquio, Japão) algum tempo atrás, e eles já tiveram peixinhos.
Além de não ter hemoglobina, o peixe ocelado tem manchas circulares (que são a razão para o nome “ocelado”), e também não possui escamas – uma característica que talvez o ajude a absorver o oxigênio da água. O Parque de Vida Marinha de Tóquio é o único no mundo a ter exemplares vivos dessa espécie.
No vídeo abaixo, você pode conferir o comportamento de um destes peixes em cativeiro:[Popsci,
Agência
France Press]
fonte: http://hypescience.com/
Por Cesar Grossmann
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