Um novo estudo descobriu que duas espécies oceânicas de cefalópodes – um polvo e uma lula – podem ir do transparente ao opaco em um piscar de olhos.
A impressionante camuflagem é uma adaptação que mantém os animais a salvo de dois diferentes predadores. Os primeiros são criaturas de águas profundas, que caçam procurando silhuetas na fraca luz das profundezas. Os segundos são peixes que usam luzes biológicas para caçar – a bioluminescência, que ilumina o próprio corpo.
Para evitar ser encontrado pela silhueta, ele fica transparente, afirma a pesquisadora Sarah Zylinski. Mas quando uma luz bioluminescente atravessa uma superfície transparente, o efeito é parecido com uma lanterna em uma vidraça: muito refletido, muito óbvio.
“Estar pigmentado é a melhor estratégia nesse momento”, comenta Zylinki. As espécies do polvo e lula essencialmente têm o melhor de ambas as estratégias. “Estar apto para mudar rapidamente permite uma boa camuflagem”.
Muitos polvos, lulas e outros cefalópodes têm a habilidade de mudar de cor. Alguns polvos até imitam o formato de vários peixes e seres do mar.
Mas todos são criaturas de águas rasas. Zylinski e seus colegas tentaram procurar essas espécies no fundo, com animais que vivem entre 600 e 1000 metros abaixo da superfície, onde há pouca luz.
Em barcos de pesquisa no Mar de Cortez e no fosso entre o Peru e o Chile, Zylinski esperou arrastões com redes profundas trazerem os animais. Elas foram levantadas em velocidades muito lentas, para que as alterações na pressão e na luz não fossem muito abruptas.
“É um pouco como o natal, porque você nunca sabe o que vai ganhar”, ela comentou. “Algumas vezes o presente é bom, outras não”.
Quando Zylinski conseguiu “pescar” um cefalópode, ela rapidamente moveu os animais da rede para um ambiente escuro e fresco, para que não fossem expostos à luz. Ela então tentou vários métodos para estimular mudanças de cores.
Ela sabia que a bioluminescência é uma importante ferramenta de caça nas profundezas, então imaginou que alguns animais talvez possuíssem maneiras de evitar a luz. Ela apontou luzes de LED similares à bioluminescência em duas espécies, o polvo Japetella heathi, de 7,6 centímetros, e a lula Onychoteuthis banksii, de 12,7 centímetros, que mudaram instantaneamente de transparentes para vermelho opaco.
“A velocidade do processo é incrível”, comenta Zylinski.
Os animais conseguem a façanha porque suas células epidérmicas estão sobre controle neural. Ele vê um raio de luz e o estímulo visual libera pigmentos. Quando a luz cessa, o pigmento some, deixando o cefalópode transparente, exceto pelos olhos e tripas.
Nem todos os cefalópodes de grandes profundidades possuem a habilidade de modificar sua aparência. Alguns desenvolvem outros métodos, como ser altamente refletores, para que a luz do ambiente esconda sua presença. Outros criam sua própria bioluminescência de acordo com a luminosidade que chega ao fundo, imitando a luz solar.
Zylinski agora planeja estudar como os pigmentos do polvo mudam com o tempo. Ela comenta que espécies jovens e menores vivem mais perto da superfície, contando mais com a transparência. Já para os mais maduros, em águas profundas, onde a bioluminescência é comum, é importante a presença do pigmento, para que possam ser mais opacos. [MSN]
Por Bernardo Staut em 16.11.2011 as 10:12
http://hypescience.com/cientistas-descobrem-polvo-e-lula-que-conseguem-ficar-%E2%80%9Cinvisiveis%E2%80%9D/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29
A impressionante camuflagem é uma adaptação que mantém os animais a salvo de dois diferentes predadores. Os primeiros são criaturas de águas profundas, que caçam procurando silhuetas na fraca luz das profundezas. Os segundos são peixes que usam luzes biológicas para caçar – a bioluminescência, que ilumina o próprio corpo.
Para evitar ser encontrado pela silhueta, ele fica transparente, afirma a pesquisadora Sarah Zylinski. Mas quando uma luz bioluminescente atravessa uma superfície transparente, o efeito é parecido com uma lanterna em uma vidraça: muito refletido, muito óbvio.
“Estar pigmentado é a melhor estratégia nesse momento”, comenta Zylinki. As espécies do polvo e lula essencialmente têm o melhor de ambas as estratégias. “Estar apto para mudar rapidamente permite uma boa camuflagem”.
Muitos polvos, lulas e outros cefalópodes têm a habilidade de mudar de cor. Alguns polvos até imitam o formato de vários peixes e seres do mar.
Mas todos são criaturas de águas rasas. Zylinski e seus colegas tentaram procurar essas espécies no fundo, com animais que vivem entre 600 e 1000 metros abaixo da superfície, onde há pouca luz.
Em barcos de pesquisa no Mar de Cortez e no fosso entre o Peru e o Chile, Zylinski esperou arrastões com redes profundas trazerem os animais. Elas foram levantadas em velocidades muito lentas, para que as alterações na pressão e na luz não fossem muito abruptas.
“É um pouco como o natal, porque você nunca sabe o que vai ganhar”, ela comentou. “Algumas vezes o presente é bom, outras não”.
Quando Zylinski conseguiu “pescar” um cefalópode, ela rapidamente moveu os animais da rede para um ambiente escuro e fresco, para que não fossem expostos à luz. Ela então tentou vários métodos para estimular mudanças de cores.
Ela sabia que a bioluminescência é uma importante ferramenta de caça nas profundezas, então imaginou que alguns animais talvez possuíssem maneiras de evitar a luz. Ela apontou luzes de LED similares à bioluminescência em duas espécies, o polvo Japetella heathi, de 7,6 centímetros, e a lula Onychoteuthis banksii, de 12,7 centímetros, que mudaram instantaneamente de transparentes para vermelho opaco.
“A velocidade do processo é incrível”, comenta Zylinski.
Os animais conseguem a façanha porque suas células epidérmicas estão sobre controle neural. Ele vê um raio de luz e o estímulo visual libera pigmentos. Quando a luz cessa, o pigmento some, deixando o cefalópode transparente, exceto pelos olhos e tripas.
Nem todos os cefalópodes de grandes profundidades possuem a habilidade de modificar sua aparência. Alguns desenvolvem outros métodos, como ser altamente refletores, para que a luz do ambiente esconda sua presença. Outros criam sua própria bioluminescência de acordo com a luminosidade que chega ao fundo, imitando a luz solar.
Zylinski agora planeja estudar como os pigmentos do polvo mudam com o tempo. Ela comenta que espécies jovens e menores vivem mais perto da superfície, contando mais com a transparência. Já para os mais maduros, em águas profundas, onde a bioluminescência é comum, é importante a presença do pigmento, para que possam ser mais opacos. [MSN]
Por Bernardo Staut em 16.11.2011 as 10:12
http://hypescience.com/cientistas-descobrem-polvo-e-lula-que-conseguem-ficar-%E2%80%9Cinvisiveis%E2%80%9D/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29
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