Cientistas destacaram 'juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido' como característica da espécie. Foto: John A. Hart/Plos One/Divulgação
Uma nova espécie de macaco foi encontrada na República Democrática do Congo , África. Conhecida como Lesula, essa é apenas a segunda espécie de primata a ser identificada em 28 anos, de acordo com cientistas. Ambientalistas afirmam que a descoberta ressalta a necessidade de proteger a vida selvagem na Bacia do Congo.
Dois rios, o Congo e o Lomani, separam o habitat da espécie de seus dois primos mais próximos. A descoberta foi divulgada na publicação científica especializada online Public Library of Science.
O primeiro contato que cientistas tiveram com o macaco foi quando eles encontraram uma fêmea jovem, mantida em uma gaiola por um professor de escola primária, na cidade de Opala. O animal está atualmente sob cuidados de um instituto especializado e sendo monitorado por cientistas.
Seis meses depois de encontrar o animal preso, especialistas conseguiram achar outros primatas da espécie no ambiente selvagem."Quando demos início às nossas investigações, não sabíamos o quão importante do ponto de vista biológico seriam as nossas descobertas", afirma John Hart, da Fundação Lukuru, que comandou o projeto. "Não esperávamos encontrar uma nova espécie, especialmente entre um grupo tão conhecido como os macacos guenon africanos", acrescenta o pesquisador.
No documento que descreve os animais, os cientistas detalharam seus traços distintos: "Uma juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido e nu com um focinho com uma faixa cor de creme vertical".
Rosto peculiar
O rosto desnudo do lesula é diferente do rosto negro e peludo do parente mais próximo do animal. O primata ganhou o nome científico de Cercopithecus lomamiensis, em homenagem ao rio Lomani, localizado na região de seu habitat natural.
Os pesquisadores acreditam que o animal viva em uma área de cerca de 17 mil quilômetros quadrados na região central da República Democrática do Congo.
Especialistas temem que devido ao fato de a espécie viver concentrada em uma mesma região ela poderia estar mais ameaçada por ações predatórias, como a prática da caça para usar sua carne como alimento.
O antropólogo Andrew Burrell, da Universidade de Nova York, disse que "a descoberta pode representar talvez a primeira desta floresta notável, mas pouco conhecida na parte central da República Democrática do Congo, uma região de grande diversidade de primatas".
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