Foto por Célio Messias/AE
Com 220 milhões de células olfativas, o cachorro encontra celulares a partir de componentes químicos existentes na bateria do aparelho
Com um ano e oito meses de vida, Fuzil, um pastor belga de Malinois, passou os últimos sete meses em treinamento. E agora ele é o primeiro cão farejador de telefones celulares do Brasil, e o segundo do mundo.
O animal pertence à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), que poderá deslocá-lo para outras unidades prisionais, mas Fuzil é o mais novo "funcionário" da Penitenciária Masculina de Ribeirão Preto (SP). Ali, nos últimos dois meses, durante o seu adestramento, ele localizou 13 celulares na ala externa de progressão (regime semiaberto).
O diretor da Penitenciária Masculina de Ribeirão Preto, Paulo Cesar de Barros, opinou sobre o cão.
– Ele é mais uma ferramenta no nosso serviço diário. O cão é dócil e maleável, e fareja até no meio das pessoas
Isso significa que o cão pode farejar entre os presos, mas não os detentos diretamente, já que tal medida é proibida. Em caso de suspeita, os presos devem ser revistados por agentes penitenciários. Aparelhos e baterias, carregadas ou descarregadas, são farejados pelo cão, adestrado para localizar odores de produtos que contêm silício, material usado nesses equipamentos.
No Estado de São Paulo, existem outros cães, de outras raças, ainda em treinamento para esse fim. Mas foi o pastor belga de Malinois quem deu a melhor resposta até agora.
O treinamento de Fuzil, nascido em Goiânia, filho de mãe canadense e pai belga, terminou há uma semana. O animal vive entre 12 e 14 anos e sua "vida profissional" deverá ser de seis anos. O adestrador e o agente penitenciário Cristiano Alex Sampaio.
– Nesse tipo de trabalho, ele é o único do País e o segundo do mundo.
Segundo ele, um cão (não sabe qual raça e nem o local) estaria em atividade nos Estados Unidos, já com sucesso nesse tipo de operação.
– Tentaram usar cães na Inglaterra, mas não deu certo.